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Tuesday, March 23, 2010

Poema de Mário Quintana

Do livro da Sofia, "Só Meu":

Sempre

Sou o dono dos tesouros perdidos no fundo do mar.
Só o que está perdido é nosso para sempre.

Tuesday, March 2, 2010

Minha sensibilidade

Enfim, depois de tanto tempo ausente, voltei a escrever!
Tenho rezado com a Sofia à noite, não para que ela tenha uma religião definida, mas para que tenha uma espiritualidade, uma capacidade de conversar com os céus para pedir conforto e também para agradecer pelas coisas boas da vida. Na última noite a gente estava pedindo para o papai do céu que olhasse pelas outras crianças e desse a elas coisas que a Sofia já tem: uma caminha gostosa para dormir, um leite quentinho e uma família por perto. Ela se lembrou de pedir pelas crianças do Haiti, especialmente, e eu fiquei contente por ela ter pensado nessas pessoas, e tocada por ver de novo a imagem das fotos publicadas após o terremoto bem na minha frente... Como será que estão as crianças no Haiti? Os jornais não falam mais nada sobre o país, agora a notícia é o que acontece no Chile, mas os haitianos continuam naquela terra arrasada, tendo que sobreviver a cada dia. Provavelmente as crianças irão se adaptar às pequenas e grandes violências das esquinas e vão crescer achando que a vida bruta é a norma. Será que algum dia conseguirão ver além da necessidade de sobrevivência?
Estava lendo um artigo inflamado que critica a posição do governo a respeito da política antidrogas de redução de danos. Neste tipo de abordagem, não importa que o paciente continue usando a droga, e sim que ele não adquira novas doenças, como AIDS e tuberculose, e para isso são distribuídas seringas, cachimbos para usar crack, etc. Acreditem ou não, esta é uma das poucas idéias que o governo tem para a saúde pública no campo da dependência de drogas. Mas continuando, no texto o autor perguntava perplexo o que estamos oferecendo aos nossos adolescentes e crianças, se confirmamos para eles que não podem parar de usar drogas, que a vida se resume ao inferno de crack e traficantes. Nossa função também é oferecer esperança, mesmo em situações tão difíceis quanto esta, e de preferência levando junto o apoio efetivo dos adultos...
Esses assuntos não me tocavam antes de ter filhos, porém agora são tão doídos, me deixam tão sensibilizada. Percebo agora que ensino a Sofia a rezar para eu mesma ter um alívio, uma sensação de que faço algo pelas outras crianças...