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Monday, August 30, 2010

Meu relacionamento com a internet

Lembro que quando precisei permanecer em repouso durante a gravidez da Júlia, considerei um alívio a existência da internet. Consegui assistir aulas de psiquiatria, saber das notícias do mundo, escrever textos, tudo isso sem sair do quarto. Ficava me comparando com os meus antepassados e com todo o tédio que deveria ser ficar em casa, e me sentia privilegiada.
Curioso é que justamente eu, que estava tão eufórica, fui a pessoa do meu círculo que foi a mais lesada. O roubo do meu email da Microsoft me deixou sem chão... Perdi a lista dos meus contatos, vários textos interessantes que eu guardava nas pastas, fotos de filhos de amigos. Vivi numa situação semelhante a "O processo" do Kafka, porque o hotmail me pedia para provar que eu era eu mesma, e não aceitava minhas provas... Queria saber exatamente em qual data eu havia criado a conta, mas só sei que há 12, talvez 13 anos. Como vou saber o dia certo: nunca nem me preocupei em gravar esse dado, talvez até tivesse anotado em algum papel se o julgasse importante...
Confesso que fiquei traumatizada e só agora consigo falar sobre isso: 4 meses depois do ocorrido. Tenho vergonha do que aconteceu e do próprio fato de que isso me abalou tanto, mas fazer o que, é verdade... Ainda estou me comunicando pouco com as pessoas, já que não tenho o endereço delas, me sinto dependente do Shri para saber como devo me comportar na rede, e me sinto velha por nem ter percebido que as coisas mudaram tanto, que o comportamento na internet deve ser outro, todos os relacionamentos dentro dela já são mais complexos.
Acho que fica a lição de que qualquer ferramenta humana pode ser usada para o bem ou para o mal...