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Tuesday, December 21, 2010

Sobre o envelhecimento

Eu não sou uma pessoa velha, ou idosa, como diz a terminologia corrente. Mas já consigo ter um vislumbre do que me espera nos anos futuros. Não sei por qual combinação de fatores acabo me sentindo pertencente ao time "de lá", mas nas reuniões de amigos tenho mais assunto em comum com as mães das minhas amigas do que com elas mesmas. Talvez seja a pele do rosto mais flácida dos 30 anos junto ao fato de ter 2 filhas, ou então porque já tenho uma história, já posso contar sobre minhas experiências sem parecer tão petulante.
O fato mais importante que percebi com essa situação é que até ao final ainda existe uma expectativa de coisas boas pela frente. Isso é o grande motivador da vida: a esperança em um futuro no qual existam prazeres a serem vividos, sejam eles quais forem. É por isso que os livros de psiquiatria insistem que as pessoas idosas precisam ter uma esperança, do contrário estão deprimidas. Antigamente achava que era um exagero e que aos poucos a gente ía abandonando a vida, como se nos tornássemos ascetas. Algumas pessoas privilegiadas são capazes disso, mas a maioria não é. Os hindus (os brâmanes, segundo me informou meu sogro) têm um ideal de conseguir cortar os vínculos materiais, familiares e sociais aos 60 anos. Ou seja, poder fazer uma despedida da vida que construíram no início da terceira idade para viver uma vida mais simples e dedicada à religião. Nós mesmos acreditamos que os mais velhos precisam menos de "futilidades", como passeios, roupas, etc, do que os mais jovens, mas não é bem assim. E talvez seja bom desse jeito, porque afinal, a esperança é a última a morrer, não é?

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