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Friday, February 4, 2011

Helen Keller

Enquanto espero a Sofia fazer sua aula de música às quartas-feiras, fico lendo um livro que está à venda na loja de brinquedos que fica em cima da escolinha. Era um livro sobre o qual eu já havia escutado durante a residência, mas nunca tive a oportunidade de ler: "A história da minha vida", de Helen Keller. Muito emocionante e tocante. Essa mulher nasceu no meio do Alabama no século XIX, e com um ano e meio teve alguma doença infecciosa que a deixou cega e surda. No final das contas, para resumir a história, ela aprendeu a falar não só o inglês mas o alemão e o francês e se formou em letras...
A descrição de como aprendeu o significado da primeira palavra, água, foi a mais bonita do livro para mim. É interessante a descrição do que foi sua primeira abstração, o primeiro conceito que se formou para ela. Isso foi uma abertura para novos mundos e deu um sentido para seus pensamentos e para sua energia.
Ela conta que a professora de surdos-mudos, a Srta. Sullivan, que a acompanharia pela vida toda, havia chegado à fazenda e lhe dera uma boneca de presente. Helen destruiu a boneca em um acesso de raiva que era muito frequente com ela. Após um tempo juntas, em outra ocasião, foram ao riacho perto da casa e a professora escreveu em sua mão a palavra "água", colocou sua mão nos lábios para mostrar a pronúncia do nome e mergulhou a mão na água para mostrar o que estava tentando comunicar. A autora conseguiu juntar a sensação com a palavra e tudo se fundiu num único significado, deixando-a maravilhada com a possibilidade de se comunicar e com o que estava sendo ensinado. Depois que voltaram para casa, tentou consertar a boneca da melhor maneira que conseguia e a mostrou para a professora. Talvez fosse uma forma de agradecimento, ou a tentativa de consertar a pessoa que ela havia machucado antes. Algumas teorias em psicanálise versam sobre a necessidade humana de reparar o mal que foi feito, e que isso geralmente vem após o entendimento de que a pessoa com quem nos relacionamos é uma só, ao mesmo tempo odiada e amada, uma pessoa total. Acho que isso se aplica  a esta situação.

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